A parábola dos cegos – Por Edson Luiz André de Sousa.

A parábola dos cegos – Por Edson Luiz André de Sousa.

Terminado o primeiro turno desta eleição lembrei imediatamente de uma frase de Shakespeare “Atiramos o passado ao abismo, mas não nos inclinamos para ver se está morto”. A democracia em nosso país está de novo em risco. Circula amplamente pela internet declarações do #elenão quase inacreditáveis. Em muitos países do mundo seria inadmissível um candidato a presidente expor publicamente posições racistas e defender a tortura e torturadores como o fez no congresso nacional homenageando o coronel do exército Brilhante Ustra, que chefiou o Doi-Codi onde 47 pessoas foram assassinadas e torturadas durante a ditadura militar. O seu vice Mourão, em entrevista recente na Globonews no 7/9 disse em alto e bom tom que “Ustra é seu herói e os heróis também matam.” Estas declarações são públicas, todos sabem, mas parece que muitos não querem ver. A imagem que surge ao ver uma história caindo no abismo é a pintura de Pieter Brugel de 1568 “A parábola dos cegos” clássica passagem bíblica onde todos caem no abismo. Lembrando, claro, que a cegueira aqui não vem dos olhos!

“A parábola dos cegos”. Pieter Brugel, 1568. Imagem: reprodução.