Lamentamos que um candidato à presidência da república seja esfaqueado em plena campanha. É um fato inédito no país e jamais deve ser celebrado e nem visto com desdém.
Todos terão mais receio de se expor publicamente a partir de agora. Lula já havia sido alvo de outro atentado a tiros em março desse ano por supostos apoiadores do candidato apunhalado. Na ocasião, Geraldo Alckmin disse: “Eles estão colhendo o que plantaram.” Dando como consequência esperada, e sem grandes consequências, o atentado que podia ter assassinado o ex-presidente.
Dois atentados em menos de um ano. Um contra o líder em todas as pesquisas de opinião, o outro, o segundo colocado em ascensão.
Apostar no ódio jamais gera pacificação social, nem simpatia, nem amor ao próximo e jamais um país melhor. A manifestação de ódio gera apenas medo, paralisia, tensão, violência e proliferação de desagregação traumática que não se estancam com bravatas e promessas de ataques a setores da população. Diante disso pessoas, grupos e comunidades inteiras se preparam e temem pelo pior. E alguns sempre se antecipam para evitá-lo pegando atalhos com uso da força bruta.
Desejamos que o candidato se recupere e desejaríamos, mais ainda, que recuperado seja diferente do que foi até agora: um atroz incitador de violências. Que tendo sobrevivido após um suposto ataque contra a sua vida não continue sendo um incitador de atentados à vida de outros e não se regozije ao incentivar à tortura, o uso de armas, o estupro, o racismo e à homofobia, a fim de contribuir na construção de maneiras de vivermos sem medo, sem ódio e sem o risco da violência dos que aprenderam a temer antes de agir e consideram, no instante em que põe tudo a perder, que nada mais tem a perder.
Referência de imagem
Brasília. Foto: reprodução/observadorfiscaldobrasil. Disponível em http://observadofiscalbrasil.blogspot.com/p/brasili-eumabelezamuitoalemdospolcitico.html . Acesso em 07 de setembro de 2018.