Mitomania ou o evangelho morreu na cruz – Por Raoni Pereira

Mitomania ou o evangelho morreu na cruz – Por Raoni Pereira

Finalmente temos um presidente que representa os princípios e os valores cristãos. Um cidadão de bem, defensor da tradicional família brasileira.

O servo de Deus que durante uma pandemia, zombou, negou e foi omisso com a morte do seu povo, enquanto realizava motociatas e passeava de Jet Ski. Total descaso com a vida? E daí? Eu não sou coveiro!

Declaradamente defende a tortura e a ditadura. Ainda que o filho de Deus tenha sido julgado, torturado e condenado a crucificação por se opor ao regime autocrático de sua época. Terrivel-mente cristão.

Discursa a plenos pulmões que no seu governo não existem casos de corrupção, reforçando a transparência em sua gestão. Porém, com frequência substitui os delegados da Polícia Federal para impedir investigações, além de colocar sob sigilo documentos por 100 anos.

Justifica que as “fake news fazem parte da nossa vida” e são uma forma de “liberdade de expressão”. Essa é a cara da democracia mitomaníaca, da qual o diabo é o pai da mentira e os partidos políticos avessos ao seu programa, o bode expiatório.

Em sua viagem a Rússia, ao lado do Putin prestou continência e homenagens aos soldados comunistas. Mas a nossa bandeira jamais será vermelha, capitão.

Caso não ganhe a eleição, tende a incentivar um golpe militar porque as urnas foram fraudadas. No seu ponto de vista, não há nenhuma possibilidade do imbrochável ser derrotado.

Ao proferir discursos armamentistas, estimula a eliminação de opositores porque o erro da ditadura foi torturar e não matar. Tal qual a obra distópica “1984” de Orwell em que o lema é: Guerra é paz, liberdade é escravidão e ignorância é força.

Imagem: Carlos Latuff (@carloslatuff)