Para fazerem jus ao pedido e mostrar isenção, talvez os procuradores devessem montar um power point para outra campanha mais pertinente: a de Dallagnol preso.
No dia 27/09 procuradores da Lava Jato solicitaram a progressão da pena de Lula para o regime semiaberto, que na prática significaria a passagem para o regime aberto.
Lula imediatamente dispara: “Seria um prazer sair da prisão e Moro e Dallagnol entrarem.”(https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2019/09/28/seria-um-prazer-sair-da-prisao-e-moro-e-deltan-entrarem-diz-lula-a-site.htm)
A defesa de Lula analisa o pedido, mas claramente vê nessa iniciativa uma tentativa de dizer à sociedade que as decisões que conduziram à prisão de Lula foram baseadas em critérios técnicos, e não políticos, e a prova disso seria a de que os procuradores que articularam sua prisão, acompanhados pelo então juiz Sergio Moro, agora se apressam em “tecnicamente” pedir, na prática, sua soltura, mas mantendo-o como réu condenado. Vejam que isenção, que competência jurídica, que trabalho correto e patriótico.
Subiram nas costas de Lula para alcançarem fama, prestígio e dinheiro e agora querem subir de novo para limparem sua imagem poluída pelos atos nefastos e antirrepublicanos que cometeram, para levar a cabo a prisão do ex-presidente em momento político decisivo da história do país. Jogaram o país no abismo e querem se dependurar na asa delta do ex-presidente.
Continuam sendo os mesmos parasitas da imagem de Lula e de seu legado. Não descolam do ex-presidente, continuam à beira da mesa para amealhar alguma migalha de fama e fortuna que caia no chão. Querem agora, vejam só, serem os protagonistas de sua liberdade se antecipando a uma libertação que, mais dia menos dia, virá de qualquer jeito.
Difícil acreditar nesses sanguessugas do ex-presidente. Estão sempre à espreita para tirar uma casquinha da sua história. Assim foi que a dupla Moronhol, ilustre desconhecida até muito pouco tempo, decolou rumo ao estrelato.
Agora porém, sem nenhuma vergonha, querem se livrar da condenação histórica que os levará a serem, no futuro, os protagonistas de uma prisão articulada nos porões da anti-democracia, da ausência de princípios de justiça e do enfraquecimento das instituições que, em tese, deveriam zelar pelo Estado democrático de Direito.
Quem conhecia Sergio Moro antes de perseguir sem tréguas o ex-presidente? Quem já tinha ouvido falar de Dallagnol antes do seu esfuziante power point repleto de hipóteses que tentaram acabar com a reputação de Lula?
Pessoas totalmente desconhecidas que no ápice da esperteza conseguiram dar o bote para se banquetearem com a popularidade nacional e mundial alcançada pelo ex-presidente.
Assistir Dallagnol e os vazajatistas Laura Tessler e Robson Pozzobon pedindo o abrandamento da pena de Lula é não apenas lamentável, mas assustador após o desastre em que colocaram o país e que se revelou calamitosa para o Brasil no âmbito nacional, com a ascensão do atual presidente lesa direitos, e agora sua queda livre nos índices de popularidade. Internacionalmente o presidente atual é alvo de chacotas e estarrecimento. E sua figura, pessoalmente, tem impactado negativamente a presença do Brasil nos principais e decisivos fóruns internacionais.
Os vazajatistas, claro, não se sentem responsáveis por nada disso. Nem pelas condições de degradação moral e psíquica a que submeteram Marisa Letícia antes de seus falecimento, muito pelo contrário, ironizaram o momento de dor extrema de alguém que perde a companheira de décadas, conforme aparece nas mensagens trocadas pelo telegram entre os procuradores, ao saberem da morte de Marisa Letícia e recentemente divulgadas pelo The Intercept:
27 de janeiro de 2017
Dallagnol: “Um amigo de um amigo de uma prima disse que Marisa chegou ao atendimento sem resposta, como um vegetal”
Januário Paludo: “Estão eliminando as testemunhas”
Em outra troca de mensagens:
Athaide Ribeiro Costa: “Marisa Letícia morreu”
Laura Tessler: “Quem for fazer a próxima audiência do Lula é bom que vá com uma dose extra de paciência para a sessão de vitimização.”
E seguem várias trocas de mensagem no mesmo tom de escárnio e ironia.( https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2019/08/27/lava-jato-morte-marisa-leticia-lula.htm)
A intenção deliberada de enxovalhar pessoal e moralmente uma pessoa em dor e sofrimento parece não ter limites para os procuradores da vaza jato.
Quando da morte do neto de Lula, Arthur, de 7 anos, por infecção generalizada, a procuradora Jerusa Viecili escreve em troca de mensagens divulgadas pelo The Intercept:
“Preparem para nova novela de ida ao velório.” (https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2019/08/procuradora-da-lava-jato-pede-desculpas-a-lula-errei.shtml?loggedpaywall)
A capacidade para causar dor e tripudiar sobre ela parece não ter limites para o pessoal da vaza jato.
Vê-los reaparecem para, mais uma vez e às custas de Lula, alcançar a imprensa e atenção dos holofotes fazendo o oposto do que fizeram até então é abusivo e indecente.
Mas saber que as instituições jurídicas brasileiras é que dão guarida a tudo isso é muito, muito mais preocupante. O procurador continua no MPF recebendo os soldos pagos com os impostos, continua à frente da Vaza Jato e continua atuando de modo suspeito.
Dallagnol e seus procuradores demonstram e provam sua debilidade ao quererem agora limpar sua imagem e a de sua equipe encaminhando pedido inédito de progressão de pena para Lula ao STF.
Trata-se de um pedido meramente “técnico” disse Dallagnol o que leva a crer que grupos continuam tramando, aprontando e manejando tecnicamente por dentro do Ministério Público Federal. O STF deu essa semana um passo para anular sentenças na vaza jato. Enquanto isso as instituições que conferiram poder aos vazajatistas para realizar desastres, abusos e imoralidades são incapazes de cortar suas asas quando eles ainda, no meio do óleo e da lama, querem alçar voo.
Imagem: Intercept Brasil